Mulheres são maioria empreendendo, mas são as que mais empreendem por necessidade, menos valorizadas e incentivadas financeiramente
Segundo dados do Sebrae e da GEM (Global Entrepreneurship Monitor 2020), a principal pesquisa global sobre empreendedorismo. Dos 52 milhões de empreendedores no país, 30 milhões são mulheres, o que corresponde a 57%. Mas, as mulheres ainda empreendem, em sua maioria, por necessidade, têm maior dificuldade de acesso ao crédito, são menos valorizadas e incentivadas financeiramente.
A cultura machista e patriarcal obriga as mulheres a conviverem com a premissa do descrédito e da desconfiança acerca do potencial de sucesso e entregas. Portanto, antes mesmo de se apresentarem, já sabem que precisam romper essa barreira invisível, mas determinante.
Mas, porque investir em mulheres?
Os negócios liderados por mulheres costumam impactar toda comunidade em volta, além de sustentar toda sua rede familiar, já que são majoritariamente as chefes dos seus lares.
Um estudo realizado pelo Mckinsey Global Institute, diz que a promoção da igualdade de condições de trabalho promoveria um incremento de cerca de 30% do produto interno bruto (PIB) brasileiro. Esse estudo corrobora com o entendimento que mulheres geram emprego e oportunidades para outras mulheres, fomentando uma rede de crescimento, aprendizado e apoio. Logo, movimentando ainda mais a economia e contribuindo para a equidade de gênero nos cargos profissionais.
Além disso, os dados da pesquisa “Visível e Invisível”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que ouviu 2079 homens e mulheres, em 130 municípios brasileiros, mostrou que uma em cada quatro brasileiras acima de 16 anos sofreu algum tipo de violência ao longo do ano, no país. Desse total, 25% apontaram a perda de renda e emprego como os fatores que mais influenciaram na violência que vivenciaram em meio à pandemia.
Portanto, ao investir em mulheres, necessariamente este investimento está atrelado também com a construção de uma sociedade com menores índices de violência contra mulher. Já que, quando mulheres alcançam a autonomia financeira, não precisam mais se submeter a relacionamentos abusivos e violentos, pois passam a não depender de terceiros para sustentar a si ou sua família.