loader image

Dizer que somos mulheres super poderosas e que damos conta de todas as demandas (pessoais, profissionais, educacionais, espirituais e domésticas, ufa!), sempre equilibrando os pratinhos com maestria, é uma mentira dolorosa que (auto) exigem da gente. Outra ilusão é acreditar que podemos salvar ou mesmo transformar o próximo sem antes passarmos por um processo profundo de autoconhecimento. O papel de salvadora não nos cabe, mas podemos nos curar e a partir daí, com o nosso exemplo prático, inspirar uma comunidade e mulheres à nossa volta. Uma mulher que, em primeiro lugar, nutre um genuíno amor-próprio e se considera feliz ao acessar sua beleza e potência, é uma mulher revolucionária. “Creio que esse caos representa uma reflexão de seu interior, da falta de cuidado consigo própria. A partir do momento que acreditarmos, de preferência desde crianças, que nossa saúde emocional é importante, poderemos suprir nossas outras necessidades”, enfatiza a teórica norte-americana bell hooks. 

Amor-próprio e uma saudável autoestima não é algo que, comumente, conversamos dentro de casa e tão pouco é visto como conteúdo para ser debatido dentro de escolas ou universidades. Crescemos machucadas e inseguras, além de sermos estimuladas desde cedo (com o auxílio do sexismo, patriarcado e colonialismo) a nos compararmos umas com as outras. Consequência: mulheres adultas com sérias limitações emocionais e que não confiam no próprio taco na hora de empreender. 

A DIVER.SSA se sustenta em três pilares, Autoconhecimento, Autoconfiança e Autogestão, uma metodologia estratégica inédita criada por Itala Herta. Em entrevista para o blog do Valor Investe, a  soteropolitana formada em relações públicas, contou que se tornou empreendedora quase por osmose – os pais sempre trabalharam como comerciantes do ramo de alimentação em Salvador (BA) e foi com eles que ela aprendeu desde pequena a gerir um negócio. 

Segundo estudo do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), as mulheres são responsáveis por 51,5% dos novos negócios do país. Apesar de serem peça-chave na gestão dos lares e nos negócios, a mulher ainda tem dificuldade de se sentir capaz de gerir um negócio. 

O site WEConnect, que compilou dados de diversos estudos sobre mulheres, mostra que 47,7% das mulheres acreditam ter a capacidade de iniciar e gerir negócios – os homens que afirmam isso chega a 62,1%. A baixa autoestima e baixa autoconfiança tem muito a ver com a cultura na qual crescemos e no número pequeno de referências de mulheres que cresceram nos negócios – vou ajudar a mudar isso dando voz a mulheres como a Ítala. 

Outro dado importante é que mais da metade das empreendedoras se lança na avenida pela necessidade e não porque acharam uma oportunidade incrível e inovadora. Entre os novos empresários, 48% das mulheres iniciam atividade empresarial porque precisam complementar a renda ou buscam recolocação no mercado de trabalho. Já entre os homens, esse número cai para 37%, segundo o GEM. 

“Empreender para mulher não é profissão. Então, como a mulher, especialmente negra, não está inserida, incluída, e frequentemente é exploradora ou subalterna, ela não acha que é capaz de gerir algo. Muitas delas não se sentem inseridas nesse contexto”, pontua Itala. 

“Mulheres têm dificuldade de lidar com gerentes de bancos homens e frequentemente conseguem menos crédito. Os gerentes não confiam na capacidade das mulheres como empreendedoras; é uma barreira estrutural. O dinheiro precisa chegar para a gente”, diz Ítala. 

E ela completa: “Por racismo, machismo e construção perversa que vivemos no Brasil, temos dificuldade de respeitar uma mulher que fala sobre dinheiro. As meninas apresentam um desconforto com esse assunto que é de dar dó. Querem ser vistas como um ser criativo, que tem um negócio, uma boa ideia. Há uma grande ideia romantizada do empreendedorismo feminino, de histórias de superação, que precisamos quebrar.” 

Leia a matéria completa aqui.